Emoldurei lembranças de ti
Em quadros que afixei
Nas paredes caiadas da memória
Em páginas plissadas, encardidas
Dobradiças no livro da nossa estória
aquele perfume aprazível que me destes
Com as flores já embriagadas
adornei meu dileto leito
e adormeci na efusiva lembrança
De uma tórrida paixão
Convulsionada no peito
Na harpa dos meus ouvidos
Não sou capaz de apartar de mim tua face
Mantenho a tua presença em meu quarto
Como um livro de cabeceira
Como um irrevogável enlace
Contemplo atônita, tua imagem
Nos olhos esmaltados da minha mente
ela ainda me traz a sensação de estar contente
A qualquer momento
Em qualquer tempo
Na sobrevida do nosso cálido sentimento